terça-feira, 17 de julho de 2018

Ritxòkò: As bonecas Karajás os licocós na Coleção MEG VIANNA BARRADAS



Ritxòkò, a boneca de barro Karajá
Hoje as Bonecas Karajás são Patrimônio Imaterial Brasileiro, a boneca Ritxòkò (bonecas de cerâmica no dialeto feminino iný) simboliza a identidade cultural do povo indígena Karajá. Ao representar cenas do cotidiano tribal e dos ciclos rituais, as Ritxòkò ocupam papel fundamental na educação das crianças, das meninas e na preservação da milenar cultura Karajá.
O reconhecimento como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) veio em 2012, graças à iniciativa do Museu Antropo­lógico da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Confeccionadas em cerâmica cozida, as bonecas são pintadas geralmente com tintura de jenipapo, urucum, cinzas de madeira queimada e tinturas obtidas por pigmentos naturais com desenhos e grafismos que representam as formas humanas, a pintura corporal, os adereços, e também a fauna regional das margens do rio Araguaia, nos estados de Goiás e Tocantins, e no sul do estado do Pará. 
Nas aldeias, a boneca é dada às meninas, não somente como brinquedo, mas como também como ferramentas de educação familiar, tribal e comunitária e de formação da identidade Karajá. 
Em geral, as meninas ganham um conjunto de bonecas, que as mulheres denominam como “família”. Essa família traz representações das diferentes faixas etárias das mulheres da aldeia, identificadas principalmente pelos ornamentos que usam.
Por ser uma cultura secular, as bonecas Karajás, existem há seculos e entre outras importâncias de uma coleção das bonecas Karajás, as bonecas mais antigas são muito raras tornando assim preciosidades. Em nossa coleção, possuímos algumas que datam mais de três seculos entre outras preciosidades.
O começo desta coleção no período que residi na Amazônia pelos anos de 1970 foi focada em si no colecionismo das Ritxókó, das Licocó, ou Titxkòò ou mesmo Litjokê,  No entanto através dos tempos, por muitas buscas, pesquisas campais, viagens, estudos e oportunidades outras obras foram sendo adquiridas ao longo do colecionismo.
Comumente algumas imagens de itens desta preciosa coleção, são anexadas a trabalhos e publicações sobre o assunto. Muitas vezes com nosso consentimento mas outras vezes sem qualquer formal autorização e com credito algum, inclusive em matérias jornalisticas  e publicações em trabalhos acadêmicos  ou no meio educacional, institucional governamental e ministerial. 
Sentimo nos sim como os guardiões da cultura das bonecas Karajás, por uma coleção totalmente privada que visionariamente deslumbrou a grande importância étnica, histórica, artística, educacional, cultural e antropológica brasileira desta cultura a pelo menos quase cinquenta anos antes de qualquer movimento governamental neste sentido.
Por conta disto, hoje sem sombra de duvida, podemos dizer que esta coleção pode ser apontada como a maior e mais importante coleção das Bonecas Karajás no Brasil e no mundo. 







Canoa Karajá - Raríssima (peça única) e magistral escultura moldada em argila, queimada e policromada com pigmentos naturais, complementada com grafismos das representações Iny, resultante da cultura imaterial indígena brasileira. Saber das mestras ceramistas Karajás, apresentando índios da etnia, conduzindo índia em  navegação no rio Araguaia. Obra proveniente das aldeias Karajás de Santa Isabel  do Morro, na Ilha do Bananal, TO. Arte reconhecida pelo IPHAN, como Patrimônio  Cultural Imaterial do Brasil. Obra oferecida ao prof. Dr. Darcy Ribeiro por ocasião da inauguração do Parque indígena do Xingú em 1961, que ao ser presenteado, declarou:   "... ser esta a mais bela representação da figura humana alcançada pelos índios do Brasil." Outra escultura recebida na mesma ocasião, foi doada por Darcy e encontra-se   no Pavilhão Darcy Ribeiro no Parque do Ibirapuera,  na cidade de 
São Paulo. 
C. 1960. 12 x 38 x 6,5 cm.


Texto gentilmente cedido por Miguel Salles - SP 

Obra de inestimável valor artístico, cultural e histórico em perfeito estado 
original de conservação. 



 Proveniência: 

Antiga coleção Prof. Dr. Darcy Ribeiro. RJ 

Atual coleção Dr. Ricardo V. Barradas - RJ