terça-feira, 10 de novembro de 2009

PARAISOS IMPERIAIS - Lambari,MG,Década de 1960.

Antigo Postal do Hotel Imperial
Lambarí - MG - Brasil.
( exemplar da coleção )



....Meu coraçãozinho batia mais forte,quando o repique começava à tocar.Sempre tive uma visão,cintura para baixo das coisas.Meu muito mais alto,sempre foi a direção certa que a minha testa apontava.Muito por que,eu vivia volta e meia de tapa olho,colado na lente do meu óculos torto.Ainda não entendi bem,por que todo,moleque esquisito que nem eu,teve o maldito karma infantil do perambular pelas calçadas aos tropeços ,com um tapa olho na vista.Não bastava ter nascido e ser "quatro olho",como à maioria dos filhos do meio,eram sempre.Parece que certos médicos por molecagem,tem à incumbência de proliferar recalques opticos em sub-nutridos"perebas"....aqueles meninos vítimas,do "Este Não", que nunca são chamados para nada,nunca são escalados para jogar bola,sempre,invariavelmente sobram,em qualquer metodologia da livre escolha.Chego acreditar que muitos deles não nasceram,def orma natural,vieram para fora de suas Mães,inadivertidamente como algum espasmo oportunista,que se valeu,da oportunidade,para dar graça de vida.Mas o repique,marcava o passo à passo,da Procissão de Momo,de todos quecomo a gente, desfilavam pelas ruas da cidade,vielas de pedras irregulares,que sempre machucaram,os pés da gente.As sandálias de borracha,não cumpriam seus papéis mais uma vez.Chego a achar,que ela foram,inventadas só para serem usadas lá nas areiasfinas das praias do país-ilha que dá o internacional nome à elas.Mas o brasileiro,é um povo teimoso,e persiste em transitar pelos dias de novidade com estas sandalias de borracha mau cheirosas,costumizadas,repintadas,redecoradas,multicoloridas,a cada novo verão.Sempre foi assim.Desde meu tempo de criança,a cada nova férias,todos lá em casa,ganhavam um novo par.E eu continuo falando,e o repique continua tocando,marcando o passo decada desfilante na folia de Momo.Cada participante,deste Bloco dosDesajeitados,vinham com adereços mau engendrados,de plásticos,amarras e linhas,contas e miçangas,entre pequenos pedaçosmau-cortados de Papel Crepon.Como eram bons,aqueles dias que ainda nãotinham inventado o termo biodegradável por aqui.Valia Tudo.O novo trajéto do Bloco à cada novo Carnaval era mais breve,cheguei até a pensar,que o trajeto diminuia com o passar dos anos,ou eu e meus pés que cresciamos e os passadas ficavam menores,não sei bem,mas pode ser também que ,talvez, por força da precáriedade das vestes,os ritos finais,eram abreviados por força de não haverem maiores tropeços para a molecada.O final do desfilar do Bloco dos Fantasiados de Papel Crepon,terminava seu desfile,ano à ano, na Piscinas do ex-Hotel Imperial.Isto acontecia na cidade mineira de Lambari,nos finais dos anos 60 (1960) -Estado de Minas Gerais,Brasil.Lambari,foi uma das afamadas cidades turíticas,do circuito dos Jogos de Cassinos das Estâncias Hidrominerais de Minas Geais.Uma das tantas delas,belas cidades,que aos poucos tiveram que reformular suas antigas vocações turísticas, após injusta,e truculenta medidas proibitivas dos Jogos no Brasil,e da desativação e sucateamento de nossa malha ferroviária.Lembro me da estação ferroviária de Lambari,colada ao final do ex- Hotel Imperial,toda pintada de cal branco.Ainda suspirando baixinho,em apitos remotos,mal lembrados na pouca memória dos mais velhos,nos ares dos dias de glórias. Como tudo um pouco.Como o couro,dobrado e esgarçado,esbranquiçado dos suntuosos grupos de poltronas,espalhados no Salão de Televisão. Como o feltro esbranquiçado,das mesas de Bilhar,e seus tacos tortos,e as treis bolas de massa, já que as de Marfim,foram se com os antigos donos do lugar.A ex-caldeira.A ex-fornalha.O ex-gerador.A ex-opulência.As ex-risadas.Sinais claros do tanto quanto foi muito grande e imponente tudo por Lambari,e sendo assim,o quanto foi importante o antigo Grande Hotel Imperial,que sobrevivia persistente neste lugar .Na decada de 60,todas as férias,iamos para Lambari.Por isto,que temos tantos pedaços de nosso pessoal universo mental criativo,muito presente,por lá.Muitos elementos antigos da cidade de Lambari,das pessoas que viviam,e viveram conosco e passavam férias por lá,do conjunto de lembranças das emoções ainda são referências muito fortes em nossas vidas.Falo assim,quando olho para a gravura de minha irmã Margareth - M.V.B. -"Paraisos Imperiais", - (Relativo ao Universo mítico e mágico das experiências obitidas no pleno gozo das férias escolares que a família Barradas,dignos moradores do bairro da Consolação,parte esquecida de um dos muitos suburbios cariocas,que tiravamos e gozavamos na cidade de Lambari -MG,na década de 60 )Por que muitas vezes,alguns destes elementos deste universo mágico,povoam o habitat intermediário de nossos prórios sonhos,e acredito que também de muitos outros que participaram,disto tudo,da mesma forma,também....

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